quinta-feira, 29 de março de 2012

Jesuítas, um jeito de ser!

Eduardo Roberto Severino, SJ – Brasil Centro-Leste

De família simples, sexto de nove irmãos, fui descobrindo na comunidade de fé outro tipo de relação, a eclesial. A pergunta “Que queres que faça, Senhor?” ia e voltava. Meu coração ardia quando ouvia um dos corais cantar “Mandai, Senhor, operários para vossa messe”. Em meio a trabalhos e estudos, com projetos acadêmicos e profissionais, tive dúvidas quanto ao estado de vida. Procurei ajuda e encontrei um jesuíta. Em poucos meses, o acompanhamento ajudou-me a nomear ruídos, inquietações, sentimentos e pensamentos. Confiante e receoso, entrei na Comunidade vocacional. Meses depois, tornava-se mais claro o itinerário a ser seguido e confirmava-se que o Noviciado era o próximo passo. Desde o noviciado, o discernimento vem resultando que minha vocação é ser religioso presbítero. Assim o entendemos meus superiores, formadores e eu. Após o noviciado, fui destinado para os estudos de filosofia, em Belo Horizonte, depois para o magistério, no Rio de Janeiro, onde fiz mestrado em Teoria literária, e, em seguida, para os estudos de teologia, em Belo Horizonte. Terminado o tempo de estudos de teologia, sentimos uma vez mais a confirmação para serviço ministerial ordenado. Ordenado diácono, confirma-se o desejo de servir a Deus e à Igreja com caridade sacerdotal às pessoas que se tornam minhas próximas.

Por que sacerdote na Companhia?

O ser religioso na Companhia de Jesus veio por vocação, por apelo, por discernimento e por desejo, respectivamente, do Senhor, da Igreja, da Companhia. Um dos porquês de ser religioso jesuíta está no cuidado das pessoas enquanto os jesuítas são homens de fé sólida e profunda, de cultura séria e de genuína sensibilidade humana e social, prestando um serviço instruído às necessidades confiadas à Companhia pela Igreja. Cresce em mim o sentimento de pertença ao corpo apostólico da Companhia de Jesus. O apelo do Senhor é a apostolicidade do seguimento d’Ele, vocação universal mesma a que a Companhia é chamada incessantemente por seu Senhor e que os pastores da comunidade de fé confirmam. Assim, cresce em mim o desejo de responder a este apelo do Senhor: comunicar o advento do Reino do Pai, em seu Corpo, como religioso presbítero da/na Companhia de Jesus, por força e graça de seu Espírito.



Vanderlei Backes, SJ – Brasil Meridional

Conheci a Companhia durante o ano de 1993 quando fiz, em São Leopoldo-RS, a experiência de comunidade vocacional e de pré-noviciado. Durante os anos de 1994 e1995 fiz o noviciado em Cascavel-Paraná. Nos anos de 1996 e 1997 fiz o juniorado em João Pessoa-Paraíba. A destinação seguinte foi para a cidade de Florianópolis. Foram os anos de 1998 e 1999. Durante os dois anos fui ecônomo da Residência João Paulo II. Trabalhei no Colégio Catarinense no Serviço de Orientação Educacional dos alunos de 5ª e 6ª séries; catequese; grupos de amigos inacianos; Assessor de Grupos e Comunidades de Vida Cristã (CVX). Durante este dois anos, também, fiz o curso de Ciências Religiosas (Teologia). Do ano de 2000 até o início de 2007 estive morando na Comunidade da Residência Conceição – Residência universitária – UNISINOS – São Leopoldo- RG. Durante os 7 anos fui ecônomo e administrador da residência. Trabalhava na Pastoral Universitária orientada para atividades pastorais dos funcionários e com um grupo de aprofundamento dos Exercícios Espirituais. Graduei-me em Administração. Desde 2007 estou na missão de ministro do teologado e prefeito do campus da FAJE, em Belo Horizonte.

Por que irmão na Companhia? 

Creio que a Vida Religiosa se expressa como um corpo para o serviço do sacerdócio ministerial da Igreja. Este corpo é formado por muitos membros com finalidades diferentes (1Co 12,12s), mas unidos e interligados para realizar a missão da Igreja. Na Companhia todos temos a mesma vocação: chamados por Deus a ser “companheiros de Jesus”, ao serviço do Reino, servindo ao Senhor e à Igreja, em um corpo apostólico universal, na radicalidade profética e evangélica, consagrados a Deus pelos votos, enviados a uma única missão de “ajudar ao próximo”, procurando sempre o serviço maior e mais urgente e o bem mais universal, missão que hoje em dia se formula como a luta pela fé e a luta pela justiça que a mesma fé exige. O jesuíta irmão ou padre não pode querer e desejar realizar-se fora desse corpo.

Fonte: Informativo de la CPAL (nº 237 – 15 de julio de 2011)

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