A nota é de Marco Tosatti, publicada no blog San Pietro e Dintorni, 11-05-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto:
A "reivindicação" foi feita por um escritor espanhol, Fernando Paz, em seu livro Antes que Nadie. Paz dedica um capítulo ao heroísmo do jesuíta madrilenho, que antecipou em dois séculos a revelação de um dos maiores mitos da história. Burton e Speke realmente descobriram a origem do Nilo Branco, no ponto mais distante da foz, no Lago Vitória. Mas, em um rio, o que importa é o fluxo hídrico, e, nesse caso, é o Nilo Azul que carrega 80% das águas e que transporta as do Nilo Branco até Omdurman.
E foram justamente essas águas que o Pe. Páez encontrou.
O jesuíta nasceu em 1654, em Olmeda de la Cebolla. Estudou em Coimbra, tornou-se sacerdote em Goa e começou uma viagem para chegar à costa da Somália. Uma odisseia que o levou a todos os tipos de aventuras: malária, piratas, captura pelos turcos, torturas e prisão, e, finalmente, venda como escravo para um sultão do Iêmen.
E, depois de atravessar o deserto a pés descalços, comendo gafanhotos, Páez percorreu e descreveu zonas como o deserto de Habramaut e de Rub-al-Khali, de cuja descoberta outros europeus levaram o mérito dois séculos depois.
Em 1603, ele decidiu partir para evangelizar a Etiópia, fazendo-se chamar de Abdullah e partiu em marcha. Permaneceu na Abissínia durante 20 anos e, um dia, acompanhando o rei em um passeio a cavalo, descobriu as fontes do Nilo. Era o dia 21 de abril de 1618.
"Eu confesso que me alegrei ao ver o que antigamente o rei Ciro e o seu filho Cambises, o grande Alexandre e o famoso Júlio César tanto desejaram ver", escreveu ele em sua História da Etiópia, em 1620, em que aborda a sua descoberta com desapego. Interessavam-lhe mais os batismos.
sensacional!
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