sexta-feira, 11 de maio de 2012

As mãos calejadas e o suor de Jesus Nazaré – lugar do trabalho que sustenta a vida


"Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: 
Esse homem não é o carpinteiro, filho de Maria?” 
Marcos 6, 2ss 


Calçando as sandálias surradas de Jesus, no caminho da revitalização da Pastoral da Juventude na América Latina, vamos percebendo que Nazaré se faz espaço de trabalho, de luta, de busca por sobrevivência. Com Maria responsável por todos os trabalhos diários da casa, como arrumar as refeições, fazer o pão de cada dia, buscar água na fonte; e José na profissão de carpinteiro fazendo casas, telhados, cangas, móveis, prateleiras... Com Jesus que vai aprendendo o oficio de carpinteiro...

Tradicionalmente uma família judaica era organizada assim. Porém, em Nazaré, um povoado pequeno, não seria raro ver a família de Jesus indo toda para a colheita de sementes, bem como os homens ajudarem em trabalhos domésticos. As possibilidades de subsistência deviam ser criadas em tempos em que a fome assolava de maneira muito profunda.

Jesus conhece bem a vida sofrida dos trabalhadores e trabalhadoras de Nazaré. Jesus foi um trabalhador de Nazaré... Mais tarde em sua missão irá revelar o cuidado que é preciso ter para arar em linha reta. Conhece também o difícil trabalho dos semeadores que nem sempre colhem o que semeiam. Observa que o grão deve ficar bem enterrado para que possa germinar e dar espigas. Sabe ainda, que é difícil separar o joio do trigo... O trabalho e a luta por sobrevivência que Jesus travou em Nazaré junto de seus pais o marcou de tal forma que essas marcas são retomadas na missão de Jesus e no anúncio do Reino.

Dar-nos conta do Jovem Jesus trabalhando, nesse caminho da Missão Continental e da Revitalização de nossa atuação e presença como Igreja junto dos/as jovens em seus lugares vitais, é dar-nos conta e refletir sobre o trabalho na vida deles/as. De maneira geral, a participação da juventude nos espaços de trabalho é bastante preocupante. Preocupa pela precariedade. Preocupa pela instabilidade. Preocupa pelo desamparo. Para além disso, há também as possibilidades que aparecem com a inserção no universo do trabalho juvenil. Poderíamos dizer que até mesmo a condição juvenil de buscar o lazer, de adquirir alguns bens, de autonomia e liberdade em relação à família são frutos dessa inserção.

Contemplar jovens buscando estudar para ter um bom emprego; jovens desempregados; jovens ganhando mal e jovens como mão de obra é contemplarmos Jesus Cristo em cada um/a desses/as jovens.

Em nossa missão como Igreja junto dos/as jovens é preciso ir nas lojas, mercados, empresas, indústrias, bancos, escritórios e no campo e lá encontrarmo-nos com os/as jovens em sua realidade de trabalho. É preciso formar fileira com a juventude na luta por trabalho digno que seja para a vida e não para a morte.

Com as sandálias surradas de Jesus, seguimos com os/as jovens na luta pela vida e por trabalho que seja para a vida!


Luis Duarte Vieira e amigos

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