Estou na fase do Magistério, que é um estágio da formação, normalmente, situado entre os estudos de Filosofia e Teologia. A finalidade desta etapa é promover um maior amadurecimento religioso e apostólico. É um período muito rico. Você sai de uma casa de formação e se insere em uma comunidade apostólica; tem que conciliar trabalho, estudo, missão, descanso, etc. e tudo o que é próprio da vida religiosa.
Na carta aos Romanos, o apóstolo fala da experiência da Salvação a partir de um (re)conhecimento de Deus por parte dos homens (Rm 10,13-15.17), o que depende do anúncio – “a fé vem pelo ouvir”. Alí ele faz uma pergunta que sempre me ressoou muito: “E como ouvirão, se não há quem pregue?”. Meu chamado veio dessa pergunta e isso é algo muito importante para mim. E acredito que muitas pessoas não conseguem fazer uma experiêcia de salvação (de resgate de si mesmos, de reconciliação com a própria história, de tomada de posse da própria vida, de vivência do amor e da fraternidade) pela modo com que anunciamos Deus. O problema, as vezes, é de conteúdo e outras é de forma. Acredito que a oratória e a retórica entram aqui como mecanismos de eliminação dos ruídos na comunicação. É como se diz no senso comum: apresentamos uma verdade como se fosse uma mentira. Já que anunciamos é a Boa Notícia, anunciemo-la bem.
Gilmar Pereira, SJ
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